8.6
PRÓS
- Desempenho consistente
- Duração de bateria impressionante
- Tela gigante de alta qualidade
CONTRAS
- Câmera é apenas razoável para a categoria
- É um trambolhão pesado de 210 gramas
- Não tem carregamento sem fio
Eu testei o Galaxy A9 nas últimas semanas e conto minhas impressões nos próximos parágrafos.Conhecido em outros países como Galaxy A9 Pro, o Galaxy A9 chegou ao mercado brasileiro para atender os que fazem questão de bateria de longa duração. São 5.000 mAh de capacidade para energizar um smartphone com tela de 6 polegadas, processador octa-core Snapdragon 652 e 4 GB de RAM. Será que é suficiente?
Design e tela
O Galaxy A9 segue o padrão da linha Galaxy A, o que tem seus prós e contras. Pelo lado positivo, ele traz um acabamento refinado, com traseira de vidro e borda de alumínio, que passa a sensação de “produto premium” dos Galaxy S. No entanto, a ergonomia não segue o padrão dos smartphones mais caros da Samsung: a traseira totalmente plana, sem nenhuma curvatura nas laterais, torna o Galaxy A9 um trambolhão na mão.
Os 210 gramas (!) contribuem para que o aparelho seja sentido na perna a todo momento. Isso, claro, se você conseguir colocá-lo no seu bolso — em uma das minhas calças, um pedaço da tela de 6 polegadas acaba ficando para fora. Pelo menos a Samsung utilizou o tamanho avantajado a seu favor, colocando uma bandeja com entrada para dois chips de operadoras e outra dedicada para o microSD, evitando a adoção do terrível slot híbrido.
O design “mais do mesmo” traz ainda um leitor de impressões digitais no botão de início, que reconhece o dedo rapidamente. É uma pena que o sensor não sirva para fazer pagamentos, já que o Galaxy A9 não funciona com o Samsung Pay: a liberação do recurso depende de uma atualização de software futura, ainda sem data para chegar.
A frente do Galaxy A9 é dominada pelo painel AMOLED de 1920×1080 pixels, que não apresenta uma definição de encher os olhos (são 367 pixels por polegada), mas tem a qualidade que esperamos de uma tela de smartphone caro da Samsung. O brilho é fortíssimo (e até ligeiramente maior que o do Galaxy S7 Edge), a saturação agrada e o preto é real. A tela de 6 polegadas tornou o Galaxy A9 uma boa opção para colocar minhas séries da Netflix em dia numa viagem longa de avião, principalmente por causa da bateria, que comentarei adiante.
Software
A interface do Galaxy A9 é a mesma do Galaxy S7, ou seja, temos uma TouchWiz bem mais refinada e sem a montanha de lixo das versões antigas. A novidade é que, além do pacote do Google, da Microsoft e da Samsung, que já vinham no topo de linha da marca, a empresa colocou um modo de economia de dados — também presente em outros smartphones lançados recentemente pelos sul-coreanos.
O modo de ultra economia de dados foi desenvolvido em parceria com a Opera. Ele permite que você restrinja o acesso às redes móveis para determinados aplicativos quando o smartphone estiver com a tela desligada. Além disso, com o recurso ativado, todo o tráfego no 4G passa pelos servidores da Opera, que comprimem o conteúdo, reduzindo o consumo. Na prática, eu preferi deixar o modo desativado porque a economia foi ínfima (6% de compressão depois de mais de 300 MB trafegados).
Como de costume, a Samsung fez um bom trabalho em manter o Galaxy A9 com os últimos patches de segurança do Android; ele roda a atualização de novembro. Embora a Samsung demore para liberar novas versões do Android para aparelhos que não sejam os últimos Galaxy S e Galaxy Note, é bom saber que a segurança continua sendo uma prioridade para uma gama relativamente grande de smartphones.
Câmera
Na geração atual, o Galaxy A9 é o smartphone imediatamente abaixo do Galaxy S7. Por isso, eu tinha boas esperanças quanto à câmera do Galaxy A9, mas a verdade é que ela é apenas “ok”. E talvez um pouco decepcionante para quem espera uma câmera que chegue ao menos perto do nível do Galaxy S7.
A câmera do Galaxy A9 tende a subexpor as cenas, tirando fotos com partes bastante escuras em áreas de sombra. O HDR, que pode ser ativado manualmente, tenta resolver o problema do alcance dinâmico limitado do sensor, mas regularmente gera fantasmas de objetos em movimento, por isso, não é algo que você deveria deixar ativado o tempo todo. Em ambientes pouco iluminados, as fotos têm baixa definição e nível de ruído acima do esperado.
É uma câmera que apresenta resultados até bons se ele fosse um smartphone intermediário, mas longe do que eu espero para um aparelho que foi lançado no Brasil por um preço alto (R$ 2.799) e por uma marca que subiu o nível das câmeras em 2016.
Hardware e bateria
Com processador octa-core Snapdragon 652, RAM de 4 GB e 32 GB de armazenamento interno, o Galaxy A9 tem hardware suficiente para rodar qualquer coisa disponível atualmente na Play Store. Os aplicativos são carregados rapidamente e o multitarefa é ágil. Não notei nenhum engasgo na alternância entre aplicativos, e as animações da interface são bastante fluidas.
Nos jogos, o desempenho não é ótimo, mas é bom. Need for Speed No Limits e Real Racing 3 rodam com belos gráficos, de maneira fluida. A GPU Adreno 510 só mostra algum sinal de fraqueza em Unkilled com os gráficos no máximo, quando a taxa de frames fica abaixo da ideal em cenas mais tensas.
Mas vamos para o que realmente importa: a bateria de 5.000 mAh. A capacidade não é bonita apenas na teoria. Na prática, o Galaxy A9 é o smartphone com a melhor bateria que já testei, sendo um pouquinho superior ao Moto Z Play — que possui uma capacidade significativamente mais baixa (3.510 mAh), mas um processador mais econômico e uma tela menor.
Nos meus dias de teste, eu tirei o Galaxy A9 da tomada às 9 horas do primeiro dia. Fiz streaming de música no 4G por 3h e naveguei na web por 4h30min, entre redes sociais, e-mails e páginas da web, também pela rede móvel.
A tela ficou ligada por exatamente 4h58min, com brilho no automático. No segundo dia, às 21h17, ainda havia 30% de carga. É um resultado fantástico, que deve garantir dois ou três dias de autonomia para a maioria dos usuários.
Os maiores beneficiados pela bateria gigante do Galaxy A9 devem ser os que não acessam muito a rede móvel. Com o smartphone totalmente carregado, mas no modo avião, eu assisti alguns episódios de Narcos na Netflix. Depois de 2h31min de tela ligada, a carga tinha baixado de 100% para 84%. Se você costuma assistir a filmes e séries enquanto faz viagens longas, o Galaxy A9 é possivelmente a melhor opção do mercado.
Nos primeiros dias, antes de utilizar o Galaxy A9 como meu smartphone principal, eu cheguei a assistir vídeos do YouTube pelo Wi-Fi e consegui atingir mais de 10 horas de tela ligada, sendo que ainda restavam 23% de bateria:
Aliás, é curioso como o Galaxy A9 me deu um nó na cabeça quanto às porcentagens de bateria. Normalmente eu começo a me preocupar com a bateria do smartphone quando a carga fica abaixo dos 40% — no entanto, ter 40% de bateria no Galaxy A9 é como se eu tivesse 70% de bateria no Galaxy S7 Edge ou, sei lá, uns 150% no iPhone 6s. Porcentagem é algo relativo, e eu demorei algum tempo até me acostumar com os níveis de carga.
Se a bateria demora muito para descarregar, ela também demora mais que a média para carregar: são necessárias cerca de três horas com o carregador rápido de tomada (incluso na caixa) ou aproximadamente seis anos pela USB do seu computador. Não esqueça o carregador durante as suas viagens.
Conclusão
O Galaxy A9 chegou ao Brasil por R$ 2.799, mas atualmente é encontrado por cerca de R$ 2 mil no varejo. É um preço bem próximo ao praticado no Galaxy S7 pelas lojas brasileiras. Como escolher? Trata-se de uma questão de prioridades.
O Galaxy A9 foi um belo companheiro na minha última viagem, que envolvia seis horas de avião, três horas de espera no aeroporto, mais três ou quatro horas de trem e carro, e muitas horas longe de qualquer tomada. A sensação de ter certeza que o smartphone vai aguentar até o final do dia enquanto seus colegas estão preocupados com suas baterias externas (no plural) é indescritível.
No entanto, para ter a bateria impressionante do Galaxy A9, você deixa de lado a câmera de excelente qualidade e o alto poder de processamento do Galaxy S7. E, ao escolher o Galaxy S7, você terá um dos melhores smartphones do mercado, só que uma bateria apenas “boa”, que deve durar até o final do dia com uso moderado, mas que não vai aguentar as ocasiões excepcionais.
No quesito bateria, também vale mencionar a forte concorrência do Moto Z Play, que é ligeiramente mais barato, por aproximadamente R$ 1,7 mil. Se eu estivesse procurando um smartphone com bateria de longa duração, o Moto Z Play ainda seria a minha escolhida preferida: embora tenha um hardware mais simples e uma bateria um pouquinho pior (mas muito acima da média do mercado), ele é menos trambolhudo, a câmera é superior e o desempenho entra na categoria do “bom o suficiente”.
Mas o que eu queria, de verdade, era um Galaxy S7 com bateria de Galaxy A9.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
- Bateria: 5.000 mAh;
- Câmera: 16 megapixels (traseira) e 8 megapixels (frontal);
- Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11ac, GPS, Bluetooth 4.2, USB 2.0, rádio FM, NFC, MST;
- Dimensões: 162 x 81 x 7,9 mm;
- GPU: Adreno 510;
- Memória externa: suporte a cartão microSD de até 256 GB;
- Memória interna: 32 GB;
- Memória RAM: 4 GB;
- Peso: 210 gramas;
- Plataforma: Android 6.0.1 Marshmallow;
- Processador: octa-core Snapdragon 652 de 1,8 GHz;
- Sensores: acelerômetro, proximidade, bússola, impressões digitais;
- Tela: Super AMOLED de 6 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels e proteção Gorilla Glass 4.
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